Quando é preciso parar - evolução dos freios

Parte essencial de toda bike, o freio vem evoluindo junto com outros componentes que vão formando o perfil da bicicleta moderna tal qual temos hoje. São as demandas que fazem com que o ciclo evolucionário se reinicie e vá aos poucos introduzindo novas soluções, materiais e engenharias. Há também os saltos evolucionários que acontecem quando há a introdução de um novo paradigma, ou seja, um modelo que rompe com o padrão por ser completamente distinto, o que aconteceu com a introdução dos freios contra pedal e a tambor do passado e os atuais freios a disco - são considerados saltos porque introduziram ideias radicalmente diferentes dos modelos padrão de sapatas atritando os aros.

"O mais difícil para o homem primitivo não foi criar a roda, mas fazê-la parar."
Einstein?

A história dos freios se confunde com a história da própria bicicleta, mas podemos destacar aqui os modelos de freios de maior sucesso dos últimos anos. O mais engraçado disso é que esses modelos convivem ainda hoje em bicicletas de diferentes categorias e se não estão todos em produção nas bikes novas, estão por aí nas ruas fazendo história. 
Freio varão ou inglês - formado por forquilhas em aço e sapatas de borracha. Não usam cabos de aço flexíveis, mas varas de aço rígidas para puxar a forquilha e deslocar as sapatas até o aro. É preciso ter força nas mãos para acioná-los. São pouco eficientes, mas foram a única alternativa durante muitos anos.





Freio contra pedal - freio exclusivamente traseiro que consiste num mecanismo interno do cubo em que se pedalando para trás promove-se a frenagem. Ainda hoje é possível vê-lo como freio auxiliar em bicicletas de carga.






Freios a tambor - Taí um freio que eu mesmo só vi equipando bicicletas Monark BMX nos anos 80. A grande inovação desse freio foi levar a área de atrito para longe dos aros evitando que qualquer empeno altere as frenagens. A grosso modo consiste num tambor fixado ao cubo envolto por uma tira de aço emborrachada que se fecha gerando atrito.





Freios side-pull - Os freios side pull ou ferradura foram uma inovação importante na época, pois eram bem mais eficientes que os de varão. No início equipavam as bicicletas speed, pois assim como na indústria automobilística o laboratório para as pesquisas são as pistas de corridas.






Freio cantilever - freio cuja principal característica é o uso de um cabo de aço unindo os dois braços. Projetado para ser mais simples de fabricar e instalar, acabou se tornando o mais difícil de regular e modular. Está praticamente em desuso.





Freio V-brake - Uma evolução do cantilever, pois usa o ponto de apoio no quadro na mesma forma de pino, mas tem braços maiores e funciona puxando um braço e empurrando o outro com um só cabo. Confortável, leve, de fácil manutenção além de ter ótima modulação e força.






Freio V-brake hidráulico - Sistema bem similar ao v-brake, mas de acionamento hidráulico, o que garante força extra de frenagem e acionamento paralelo das sapadas aumentando a área de contato e o desempenho do freio.







Freio a disco mecânico - Freio composto por uma pinça, pastilhas e rotor (disco). Nesse modelo quem sofre o atrito é o disco de aço fixado ao cubo e os elementos atritantes são pastilhas de compostos resinados que são bem mais duros que a borracha das sapatas. Normalmente nos modelos mecânicos uma das pastilhas está sempre encostada ao disco e a segunda é pressionada contra o disco formando um sanduíche.




Freio a disco hidráulico - Freio composto por uma pinça, pastilhas, rotor, dutos e burrinho hidráulico. Tanto a composição, quanto o funcionamento dos freios a disco hidráulicos são semelhantes aos mecânicos, exceto pelos itens hidráulicos e pela força e modulação que o sistema é capaz de produzir. Em alguns modelos já se encontra o movimento das duas pastilhas.





Decerto que o desenvolvimento dos freios não vai parar por aí, só o futuro poderá mostrar o que nos reserva, quem sabe um freio magnético acionado por ondas cerebrais.


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